Crise poupa pequenas e castiga médias empresas - 08/10/2008

As micro e pequenas empresas não devem sofrer com a crise internacional, mas parte das médias - segmento que inclui algumas tradings -, deverá ser afetada pela escassez de crédito no exterior. Esta é a avaliação de Ricardo Martins, diretor de Relações Internacionais de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), frisando que, por conta de incertezas no câmbio, alguns negócios de importação e exportação já foram paralisados. 'A maioria das micro e pequenas empresas ainda está longe do mercado internacional, com exportações esporádicas e de produtos tipicamente brasileiros', afirmou. 'Essas não são tomadoras de empréstimos internacionais, exportando com seus próprios recursos', destacou. As de médio porte, por outro lado, já começam a sentir dificuldades”, informa a Gazeta Mercantil.

Martins avalia que as empresas deste segmento que já estavam exportando devem manter o mercado externo já conquistado. 'Quem exportou e gostou, não vai voltar atrás, pois o benefício no faturamento é muito grande', explica o executivo. Já aquelas com contratos fechados no exterior devem aguardar uma definição maior do cenário internacional. 'Em breve elas deverão ter mais oportunidades, com um câmbio mais realista, que facilita a absorção de alguns custos, com um dólar mais apreciado, portanto melhor para realizar venda externas', prevê Martins.

Para Milton Bogus, diretor do Departamento de Micro, Pequena e Média Indústria da Fiesp, a crise de crédito não impactou significativamente o desempenho das exportações das pequenas e médias indústrias. 'Este segmento já vinha reduzindo suas exportações e demitindo antes da crise, por conta do câmbio', afirma o executivo. No entanto, ele avalia que no mercado nacional, estas indústrias não devem sentir nenhuma alteração. 'A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil confirmaram hoje que suas operações de crédito estão normais no mercado interno, e acredito que haja uma redução no comércio, mas não na indústria', concluiu o executivo.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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