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De cada cem empresas abertas em SP, 27 não sobrevivem um ano - 14/10/2008
SÃO PAULO - As micro e pequenas empresas do estado de São Paulo estão sobrevivendo mais, embora o índice de mortalidade permaneça alto. De cada cem empresas abertas, 27 não sobrevivem ao primeiro ano. Percebe-se uma melhora. Há dez anos, a taxa de mortalidade das MPEs paulistas no primeiro ano era de 35%.
A constatação é da pesquisa "Dez anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas", elaborada pelo Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP.
Período crítico
Dizem especialistas que os primeiros anos de vida são os mais críticos. A boa notícia é que a tendência de queda - na comparação com 1998 - se repete, quando analisadas MPEs com dois, três, quatro ou cinco anos de atividade. O índice de mortalidade no segundo ano de vida caiu de 46% para 38%; no terceiro ano, de 56% para 46%; no quarto ano, de 63% para 50%; já no quinto, a queda foi de 71% para 62%.
Para o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, a melhoria nas taxas de sobrevivência é visível, mas ainda "estamos longe dos índices obtidos pelos países desenvolvidos".
Brasil está longe dos países desenvolvidos
Enquanto no Brasil as MPEs com cinco anos de atividade apresentam uma taxa de mortalidade de 62% - o que significa que mais da metade não sobrevive -, na Alemanha, esse percentual é de 37%, na Itália, de 46%, nos Estados Unidos, de 50%, e no Reino Unido, de 53%. Os dados são da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Para se ter uma idéia, a perda financeira com o encerramento de 81 mil empresas, em 2006, foi de R$ 16 bilhões, incluindo perda de faturamento e capital investido, valor equivalente a 690 mil carros populares ou 66 milhões de cestas básicas por ano. O custo social também foi alto: 267 mil postos de trabalho deixaram de existir ao longo daquele ano, número que equivale a 3,3 estádios do Morumbi lotados. Os cálculos foram realizados levando em conta que, em 2005, cada MPE tinha 3,27 pessoas ocupadas e faturava em média R$ 14,8 mil.
"Não podemos continuar perdendo postos de trabalho e investimentos nesta magnitude, se quisermos figurar entre as nações mais desenvolvidas", alerta o presidente do conselho deliberativo do Sebrae-SP, Fábio de Salles Meirelles. E o diretor-superintendente da entidade, Ricardo Tortorella, concorda e completa: "Será preciso ampliar ainda mais o esforço de capacitação e incrementar as políticas de apoio às MPEs, como a redução dos impostos, da burocracia, e ampliar o crédito à produção e o acesso à tecnologia e ao mercado de compras governamentais".
Fonte: InfoMoney
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