| O regime tributário Simples Nacional, instituído pelo Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa), completa um ano nesta terça-feira (1). Os benefícios para as MPEs que puderam se enquadrar no sistema são incontestáveis. No entanto, de acordo com o diretor-superintendente do Sebrae no Paraná, Allan Marcelo de Campos Costa, ainda há desafios pela frente, informou o site InfoMoney.
No último ano, os empreendedores vivenciaram a racionalização de um sistema que, antes, deixava muito a desejar, com um sem fim de tributos e regras. "O sistema de cobrança ficou mais simplificado. Numa única guia de recolhimento são cobrados oito tributos - IRPJ, CSLL, IPI, PIS, Cofins, INSS Patronal, ICMS e ISS -, o que antes era feito separadamente", diz Allan. "As empresas menores foram as mais beneficiadas e alguns setores saíram ganhando mais, com alíquotas vantajosas. Houve ainda a formalização de muitos negócios, o que tem se traduzido num aumento na arrecadação de ICMS, cobrado pelo estado, e ISS, cobrado pelas prefeituras", acrescenta o diretor, para quem o receio de perda nas receitas, manifestado pelas prefeituras antes da vigência do Simples Nacional, hoje está diluído. "Os prefeitos compreenderam o alcance da Lei Geral". Ele cita dois exemplos de municípios que até mesmo tiveram aumento da arrecadação no período de vigência do Simples Nacional: Pato Branco, no sudoeste do Paraná, e Santa Cruz do Monte Castelo, no noroeste. Desafios De acordo com estudos feitos pelo Sebrae Nacional, a criação do Microempreendedor Individual tem potencial para incentivar a formalização de mais de 8 milhões dos cerca de 10,3 milhões de negócios informais existentes no País. Proposta Esses negócios, que podem ficar isentos de tributos integrantes do Simples Nacional, pagariam apenas uma taxa fixa mensal de R$ 50 do INSS Patronal. Já os prestadores de serviços arcariam com o mesmo valor, mais uma taxa de R$ 30 de INSS. Pelo projeto, integrantes do Simples Nacional com receita bruta anual de até R$ 120 mil também ficam isentos de tributos pagos por esse sistema, recolhendo apenas 3% do faturamento para o INSS. Entre as mudanças, há ajustes nas tabelas de tributação, reduzindo a carga tributária para todos os setores que podem ser incluídos no Simples Nacional e possibilitando que empresas do sistema gerem crédito de ICMS. A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, ganhou emendas, sendo que uma delas amplia o número de setores que podem aderir ao Simples Nacional: escolas técnicas, profissionais e de Ensino Médio, serviços de instalação, manutenção e reparação de equipamentos industriais e mecânicos, laboratórios de análises clínicas e de patologia clínica, serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética, serviços de prótese em geral, provedores de acesso a redes de comunicação e escritórios de serviços contábeis, serviços de decoração de interiores e paisagismo, representação comercial, corretagem de seguros, serviços de tradução, agências de publicidade e assessorias de imprensa. |